Bernardo estreia na literatura com um belo e denso livro.
Elisa se debate na convivência com as tecnologias contemporâneas, como todos. Como superar as agruras da solidão? Ela enfrenta.
Olha para dentro de seu corpo, de sua alma, navega pelos poros, movimenta-se em busca de uma afirmação que elimine a sua duvidosa existência e combata o seu duplo, vivo e ativo, retirando os desenhos de sua identidade, e indicando “o seu desejo de imersão em um mundo impossível.”
Bernardo vai fundo nessa construção, peça por peça, detalhe por detalhe, e de forma impiedosa lança Elisa para a “coroação do seu fracasso”.
Ao fim surge uma bela personagem dando a mesma mensagem, que atravessa os tempos, significando que viver é equilibrar os nossos vários “EU”, é juntar os cacos de nossa divisão, é pagar o preço por ter a pele sensível ao sol do mundo, e é assim que Bernardo nos transmite sua mensagem por meio desse belo livro.